A adolescência: O desafio de bancar ser o que é
por Daniele Passos
Muitos chamam a fase da vida adolescência como “aborrecencia”. Etapa da vida dos filhos que muitos pais ficam de cabelos em pé, professores descontentes e as amizades são voláteis, até se encontrar um grupo.
Penso diferente, pois vejo a adolescência como uma parte da vida tão importante quanto as descobertas da infância.
A adolescência é o momento do caos. Mas não, necessariamente, o caos que destrói, limita, restringe. Mas o caos que traz produção, individualidade e singularidade subjetiva.
Época das escolhas, de decidir pra qual caminho seguir, que ritos e mitos admirar.
É a fase das descobertas, do entendimento do que se passou na infância, ou do adoecimento pelo que se passou na infância.
Tempos de admiração e/ou ódio pelos pais. É a hora de se perguntar quero ser igual minha mãe? Quero ser igual ao meu pai?
Momento de idolatrar ídolos! Hora de sair com a galera! Hora de se retirar da galera.
Hora de conhecer seus desejos, hora de decidir por qual carreira seguir.
Hora de enfrentar os pais! Hora de decepcionar os pais! Hora de batalhar para conseguir a admiração dos pais.
Na escola, hora de ser encarado como adultos. Em casa, mamãe coloca a comida no prato. Hora de entender que dinheiro não cai do céu. Hora de se responsabilizar por lembrar de tomar o remédio da gripe.
Diante de tantas coisas por se resolver, claro que é uma temporada de descobertas e frustrações. Tempos de viver experiências amorosas desastrosas.
Etapa da vida que merece tanta atenção quanto à infância. Onde eles percebem tudo que acontece com a família e parentes. Entendem a morte. Fecham-se pra vida, ou se jogam na vida.
Nesta fase precisam de compreensão. Querem o carinho de criança e que sejam respeitados com adultos. Se brincar é irresponsável. Se não brincar, tem problemas.
Sim, adolescência é esta dualidade. Não é integralmente uma coisa e nem outra. Um mix de emoções e sentimentos.
Portanto adolescente, brinque, divirta-se, interaja! E comece a pensar, também, na necessidade, inevitável, de se responsabilizar por suas atitudes e escolhas