Filhos de pais separados merecem atenção!
Ninguém casa pensando em se separar, entretanto, muitas vezes a separação de um casal se torna inevitável. Os motivos podem ser os mais diversos possíveis: uma traição, falta de admiração, problemas financeiros, interferência da família, falta de cumplicidade, imaturidade, divergências no modo de encarar a vida, ou , simplesmente o amor acabou.
Toda separação acarreta em perdas emocionais, financeiras, sociais e de saúde. Mas quando se tem filhos as perdas são maiores. E é necessário ter bom senso para minimizar o sofrimento dos filhos diante de uma realidade que não foi escolhida por eles, mas sim por seus pais.
A disputa pelos filhos não pode se tornar o troféu pela dor e o ressentimento vivido pelo término da relação. Filhos não são moedas de troca e nem balas de canhão para atingir o outro de uma relação acabada.
Crianças de pais separados costumam carregar fantasias equivocadas pelo motivo real da separação dos seus pais. Podem se sentir culpados e acreditar que são os causadores da separação.
Em muitas situações reais e cotidianas terão que escolher estar com a mãe ou com o pai. “se estou com meu pai, não posso estar com minha mãe. Se estou com minha mãe, não posso estar com meu pai.” Datas comemorativas costumam ser vivenciadas não com alegria para filhos de pais separados, tais como: Natal, Ano Novo, Aniversário, Férias, Páscoa, Carnaval. Pois, normalmente, sua família original não pode estar todos juntos.
A renúncia de estar com o pai e com a mãe juntos, no mesmo teto, não é uma escolha dos filhos, mas sim do casal. Assim, é importante que os pais percebam esta distinção e não dificultem o contato emocional com o pai ou com a mãe. Salvo claro, em casos que o contato com um dos pais seja, comprovadamente, sinônimo de risco para os filhos.
As crianças devem ser poupadas de “assuntos de adulto”, como: pensão alimentícia, questões financeiras, burocráticas e judiciais. Visto que, não serão elas a decidir sobre essas questões e discussões. Principalmente, quando informar a criança sobre esses assuntos seja na intenção de denegrir ou desqualificar o pai ou a mãe. Em alguns casos, pode-se até ser considerado como Alienação Parental, ou seja: Alienação Parental consiste na interferência psicológica provocada na criança ou adolescente por um dos seus genitores contra outro membro da família que também esteja responsável pela sua guarda e vigilância.
O laço entre filhos e pais é por toda a vida. Um casal que pretende se separar não pode esquecer que terá que manter contato com seu ex em nome dos filhos. Isso se espera de um casal amadurecido, que consegue superar suas frustrações e saber que existe diferença entre o amor entre um homem e uma mulher e o amor entre pais e filhos.
Pais comprometidos, mesmo que separados, sabem de seu compromisso e de sua função independente de quem tem a guarda. Sabem sobre a obrigação de educar, zelar, cuidar e promover o bem estar.
Os rancores e desavenças dos adultos não devem permear a relação dos filhos.
Crianças pequenas enxergam seus pais como heróis. Precisam acreditar no amor que é recebido. Crianças perdoam os adultos.
Entretanto, lembrem-se que seus filhos crescerão e chegará o tempo em que eles mesmos terão maturidade para discernir o que é certo e o que é errado. E será as relações afetivas construídas na infância responsável por muitas perguntas, ansiedades, defesas e decisões que tomarão quando o período da infância terminar.
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Bia Oliveira
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Daniele Passos
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